“O Cão do Justes„

Hoje vou falar no * Cão do Justes ,não sei se ainda se lembram dele mas era um cão especial, pois bem vamos ao que interessa, chega o cão do Justes a Candemil e depara com um restaurante à beira estrada,aproximou-se e um tipo alto oferece-me uma cebola para comer, que raio de ideia dar cebola a um cão,recusei,e o tipo riu-se virou-se para os colegas e disse, se o cão não comeu eu também não como, os cães são finos.
Decidiu seguir viagem, quando depara com uma tabuleta que diz, Parque de merendas, pensa para si, vamos a isto o parque é fresquinho e tem arvores, segue a tabuleta e passadas algumas centenas de metros, chega à igreja,porra acabaram as tabuletas e agora ?
Fiando-se no seu faro e sexto sentido decide seguir o estradão, andou, andou passou o campo de futebol, o calor começou a apertar, a sede a secar-lhe a língua de metro fora da boca e começou a dizer mal da vida, do seu faro e sexto sentido, que diabo o seu faro nunca tinha falhado antes,será que o mau cheiro de esgotos,pocilgas e galinheiros junto ás casas ,inutilizou o meu faro? é provável que sim.
Mas a sua desgraça aumentou quando o estradão se dividiu em dois, desta vez não confiou no seu faro e sexto sentido, decidiu cheirar o ar, virou à esquerda, segue caminho sobe desce,resmunga,há dias que não vale a pena sair de casa, passa por um penedo estranho em forma de falo (pénis), cansado e desanimado pára um instante para descansar e clarear as ideias, nesse preciso momento aparece um podengo que depois de umas cheiradas e de se queixar que não tinha visto nem um coelhito,(o raio dos caçadores deram cabo deles todos até as Águias eles congelam) lhe diz que está perdido e que deve seguir o estradão até Corvacha e depois voltar à esquerda e depois subir acima e depois verá as mesas ressequidas e as arvores de meio metro e um fontanário que no verão não dá água e se der mesmo passado 1 hora a correr sai a ferver,(dava para cozer uma moura sangue com o devido arroz de grelos) tudo isto debaixo de um sol abrassador,o desgraçado do cão enraivece-se, espeta uma dentada na orelha esquerda do podengo, e desata a correr monte abaixo,
ao chegar à aldeia, cheio de sede e a babar-se devido ao calor, aparecem uns tipos aos gritos " cão raivoso, cão raivoso" com medo fugi eu só queria beber e uma sombrinha para descansar, e ao atravessar a estrada fui atropelado por um automóvel que vinha aos zigzags, arranquei a mancar e ainda ouvi um individuo que estava à porta do café dizer : enquanto estiver quente não morre, e responde-lhe o outro ao lado, então que não pare de correr que não arrefece e não morre.
E assim acabou a história do Cão do Justes que não conseguiu encontrar o parque de merendas apesar da arma que a natureza lhe deu, o faro.
Imaginem se em vez de ser o cão do Justes , fosse uma família de passagem que ao ler aquele sinal indicador e decide ir ao Parque de Merendas!
A surpresa ia ser grande.
Penso que já é altura de pelo menos, indicar nas tabuletas a distância e percurso ou então remover, para não enganar quem não é cá da terra.

Quanto ao Cão do Justes , descansem que não morreu ele vai voltar um dia destes.
*O Cão do Justes era especial,só comia do bom o resto recusava de forma categórica.

Até á próxima.........

Moral da Historia em Latin: Caelos non penetrat oratio, quam canis orat.

(as foto-montagens do Joaquim Mendes não são usadas neste blog com sentido depreciativo e o nome Bode Ranhoso é do editor deste blog,peço-vos que não o associem ao Sr Joaquim Mendes pois tenho o maior respeito por ele)